Intuição nos processos criativos

Já há algum tempo trabalhando com criação, percebo a repetição de soluções pré-estabelecidas por fatores diversos como resposta a problemas de clientes. Aquela famosa solução rápida que o marketing do produto gosta, o cliente aprova, mas nós, como criadores, ficamos com aquela sensação de “serviço mal-feito”, ou de “eu podia fazer melhor”.

Por outro lado, me deparo com este vídeo maravilhoso da Fayga Ostrower, que infelizmente não entrou no documentário Janela da Alma, explicando que os processos criativos partem da intuição, até mesmo os mais racionais, porque o artista em si é intuitivo.

Obviamente, como nossa cultura é tecnicista, e a técnica é sempre exaltada como a maior qualidade em qualquer obra, muitas vezes sinto falta da espontaneidade na escolha das cores, formas e até mesmo em resultados mercadológicos, porque até estes resultados baseados em pesquisas e sistemas lógicos podem dar com os burros n’água.

Eu uso minha intuição para analisar uma obra artística de qualquer tipo. Essa linguagem é humana, vem de fábrica, mas é tolhida com o tempo. Por isso dizem tanto que o adulto criativo é a criança que sobreviveu: a intuição tranborda para o seu trabalho.

Vejam Fayga, ou leiam o livro “Criatividade e Processos de Criação” de sua autoria, que também é excelente.
Imagem: 7502, serigrafia em papel, de Fayga Ostrower – 1975. Deste site.